IAs do Job: O Fenômeno Polêmico e Lucrativo do Brasil

IAs do Job: O Fenômeno Polêmico e Lucrativo do Brasil
Descubra o fenômeno das IAs do Job no Brasil! Saiba como esse mercado de mulheres virtuais impulsiona debates éticos, legais e lucrativos.

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IAs do Job: O Polêmico Mercado de Conteúdo Adulto de Mulheres Virtuais no Brasil

Nos últimos meses, o Brasil tem testemunhado um novo fenômeno no mercado de conteúdo adulto: as “IAs do job”. Utilizando inteligência artificial, criadores estão vendendo fotos e vídeos de mulheres virtuais, gerando discussões acaloradas sobre ética, legalidade e os impactos sociais dessa prática. Neste artigo, vamos explorar o que são as “IAs do job”, como esse mercado funciona, e as questões controversas que o rodeiam.

O Que São as “IAs do Job”?

As “IAs do job” são imagens e vídeos de mulheres criadas a partir de inteligência artificial, vendidas em plataformas de conteúdo adulto. A expressão “job” deriva da gíria utilizada por jovens nas redes sociais para se referir à prostituição. Esse nicho de mercado ganhou força inicialmente nos Estados Unidos e na Europa, mas recentemente chegou ao Brasil, atraindo tanto curiosidade quanto críticas.

Como Funciona o Mercado das “IAs do Job”?

Um exemplo de empreendedor nesse mercado é Lusca Fontoura, de Porto Alegre, que decidiu entrar no ramo após ver o sucesso de criadores estrangeiros. Lusca criou perfis no Instagram e TikTok para seus personagens virtuais e começou a vender pacotes de fotos e vídeos personalizados. Os pacotes mais baratos custavam R$ 9,90 e incluíam três fotos, além da opção de entrar em um grupo exclusivo no Telegram.

O Processo de Criação

Para criar as mulheres virtuais, Lusca utilizava sites geradores de pornografia por inteligência artificial. Durante as interações nas redes sociais, alguns usuários não sabiam que estavam conversando com uma IA. Ao descobrir, alguns optavam por não continuar, enquanto outros seguiam normalmente.

Perfil dos Consumidores

Segundo Lusca, a maioria dos consumidores são homens mais velhos, entre 40 e 60 anos, muitos dos quais se sentem solitários e buscam realizar fetiches. As mulheres virtuais que geravam mais interesse eram geralmente brancas, loiras ou ruivas, magras mas com quadril e seios grandes. É raro ver mulheres virtuais negras ou não brancas nesse mercado.

Questões Éticas e Legais

A chegada das “IAs do job” ao Brasil levantou uma série de questões éticas e legais. Para o professor de filosofia José Luiz Bueno, o fenômeno reforça estereótipos de beleza eurocêntricos e padrões estéticos inalcançáveis, além de prejudicar a capacidade das pessoas de desenvolver relações sociais.

Regulamentação e Legalidade

O projeto de lei 2338/23, que visa regulamentar a inteligência artificial no Brasil, foi aprovado no Senado e aguarda votação na Câmara. A produção de pornografia utilizando IA não é considerada crime, mas há restrições. A lei proíbe o uso de deepfake como instrumento de violência psicológica contra a mulher. Criadores de conteúdo e plataformas devem deixar claro quando uma imagem foi gerada por IA, para não violar o Código de Defesa do Consumidor.

Fraudes e Estelionato

Perfis que prometem ganhos rápidos e fáceis podem estar cometendo estelionato. André Bialski, advogado especializado na área penal, afirma que a venda de cursos com promessas irreais de faturamento imediato pode configurar crime de estelionato, conforme prevê o artigo 171 do Código Penal.

Experiências e Desafios dos Criadores

Elaine Pasdiora, uma influenciadora conhecida no ramo das “IAs do job”, relata que o sucesso financeiro não é imediato. Segundo ela, é necessário tempo e persistência para construir uma base de admiradores. Ela promove “aulões” e cursos para ensinar outras pessoas a criarem suas próprias mulheres virtuais, mas alerta que o mercado não traz dinheiro rápido.

Desafios Emocionais

Lusca Fontoura decidiu parar de alimentar os perfis das IAs que criou devido à natureza muitas vezes perturbadora das interações com os consumidores. Ele descreve a experiência como algo que “não foi legal” e que “tem de ter estômago” para lidar com certos pedidos e comportamentos dos usuários.

Conclusão

O mercado das “IAs do job” no Brasil é um fenômeno recente que traz consigo uma série de questões éticas e legais. Embora lucrativo, ele reforça estereótipos e padrões de beleza inalcançáveis e pode afetar a capacidade das pessoas de desenvolver relações sociais significativas. A regulamentação adequada e a conscientização sobre os impactos sociais são essenciais para lidar com esse novo nicho de mercado.

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Comentário do Milagre

Fala, pessoal! Rafael Milagre aqui. Esse negócio das “IAs do job” é, no mínimo, curioso. Quem diria que a tecnologia poderia chegar a esse ponto, né? É um mercado cheio de nuances e bem polêmico. Por um lado, você tem uma inovação tecnológica que pode ser super lucrativa, mas por outro, tem toda a questão ética e legal que não dá pra ignorar. E, convenhamos, criar uma mulher virtual e ficar perguntando pra amiga se a vagina está bem feita… É surreal! 😂

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