O Uso de Inteligência Artificial em Terapias: Riscos, Desafios e Potencial
A inteligência artificial está rapidamente se tornando uma ferramenta multifacetada em diversas áreas, incluindo a saúde mental. No entanto, o uso de IA em consultas terapêuticas pode trazer uma série de desafios e riscos que precisam ser cuidadosamente avaliados. Este artigo aborda a ilusão de empatia gerada pela IA, os riscos éticos, e a importância de usar essa tecnologia como um complemento à terapia tradicional.
A Ilusão de Empatia na Terapia com IA
Um dos principais riscos do uso de inteligência artificial em consultas terapêuticas é a ilusão de empatia. A IA pode responder com frases cuidadosamente construídas para gerar acolhimento, criando uma falsa sensação de que o usuário está sendo compreendido e apoiado. Isso pode levar à criação de vínculos ilusórios, onde o indivíduo acredita estar recebendo uma terapia real, quando na verdade está interagindo com um sistema pré-programado.
Riscos Éticos Envolvidos
Os riscos éticos relacionados ao uso de IA em terapias são numerosos e variados. Entre os principais, destacam-se:
- Privacidade comprometida: Diferente de um terapeuta humano, a IA não está vinculada a um código de ética profissional. As conversas podem ser coletadas, analisadas e eventualmente utilizadas para outros fins, como publicidade segmentada.
- Dependência emocional: Usuários emocionalmente vulneráveis podem desenvolver laços de apego com a IA, dificultando a construção de relações humanas reais e aprofundando o isolamento social.
- Falsa sensação de progresso: A IA pode dar a impressão de progresso emocional sem enfrentamento real dos conflitos internos, atrasando ou até mesmo evitando a busca por ajuda profissional qualificada.
A Epidemia de Solidão e a Busca por Apoio Emocional
A crescente adesão aos “terapeutas digitais” está diretamente associada à epidemia de solidão. Mesmo em meio à hiperconectividade das redes sociais, muitas pessoas sentem-se desconectadas em seus vínculos afetivos reais. A IA se apresenta como uma solução rápida e silenciosa, oferecendo uma escuta sempre disponível e sem julgamentos.
O que Está em Jogo?
Apesar de suas vantagens, o uso de IA em terapias vem com riscos significativos:
- Agravamento de quadros emocionais: Ao tentar lidar com situações complexas por conta própria, mediado por uma IA, o usuário pode piorar seus sintomas, receber respostas inadequadas ou normalizar comportamentos prejudiciais.
- Falta de escuta clínica: A IA opera com base em padrões e respostas pré-treinadas, não oferecendo uma escuta clínica genuína e uma elaboração simbólica dos problemas.
IA como Ferramenta Complementar
Apesar dos riscos, a IA pode ser uma ferramenta útil quando utilizada de forma complementar à terapia tradicional. Ela pode auxiliar na organização da rotina de autocuidado, fornecer conteúdos educativos sobre saúde mental e oferecer suporte inicial em momentos de crise. No entanto, é crucial que haja discernimento e limites claros.
Os Cinco Principais Usos da IA em 2025
Segundo um levantamento da Harvard Business Review, os cinco principais usos da IA generativa em 2025 são:
- Terapia e companhia emocional
- Organização da vida
- Busca por propósito
- Aprendizado autodirigido
- Criação de códigos
Regulação e Responsabilidade Digital
À medida que essas tecnologias avançam, cresce a urgência de regulações éticas e jurídicas que protejam os usuários mais vulneráveis. Questões como privacidade de dados, transparência nos termos de uso e responsabilidade pelo agravamento emocional causado por uma IA precisam ser abordadas.
Questões Importantes para Regulação
- Responsabilidade emocional: Quem é o responsável por um agravamento emocional causado por uma IA?
- Transparência: O usuário está ciente de que está interagindo com uma máquina?
- Termos de uso: Há transparência nos termos de uso e nos riscos envolvidos?
Conclusão
A inteligência artificial está transformando a forma como nos relacionamos com o mundo — e conosco mesmos. Enquanto oferece soluções inovadoras, também impõe novos desafios emocionais, éticos e sociais. A IA pode ser uma aliada poderosa na saúde mental, mas não deve ser confundida com um substituto real para o contato humano, a escuta ativa e o processo terapêutico genuíno.
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Comentário do Milagre
Rafael Milagre: Ah, a boa e velha IA, sempre nos surpreendendo! Mas olha só, pessoal, usar IA para terapia é tipo tentar consertar um motor com um garfo: pode até funcionar uma vez ou outra, mas é bem arriscado! E, por favor, não se apeguem emocionalmente a um chatbot, hein? No fim das contas, nada substitui o bom e velho contato humano. Então, fica a dica: usem a IA como um complemento, não como um substituto. E se precisarem de mais insights, é só conferir o curso Viver de IA!

Especialista em Inteligência Artificial.
Mentor do G4 Educação, Professor de IA da ESPM e Diretor na Nalk
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